O Som

O Som

acrescentando sons para enriquecer imagens
imagens podem ser enriquecidas (e muito) com áudio proveniente de um CD de efeitos sonoros, fazendo com que a ilusão seja mais facilmente "comprada" pelo expectador. Um exemplo é gravar cenas de uma mata e acrescentar na edição sons de pássaros, de água de um riacho, etc... . Isso permite que durante a gravação original todas as atenções sejam voltadas para a imagem, inclusive possibilitando conversas da equipe, barulhos de máquinas próximas e outros. A ilusão vende-se facilmente porque nesses lugares raramente se vêem os pássaros, grilos, cigarras e outros animais que produzem esses sons. Outro elemento facilitador é, no caso do riacho, não ser necessária a sincronização com a imagem. A mesma idéia pode ser aproveitada em outras situações, como simular o barulho de pessoas conversando, o barulho de um restaurante, etc..., em substituição à trilha original, muitas vezes inconveniente.
adaptadores nos cabos
o uso excessivo de adaptadores (para conectar diferentes tipos de plugs) nos cabos de som deve ser evitado: é preferível obter um cabo com o plug correto do que encaixar adaptadores nos mesmos, que com o tempo passam a acarretar falhas nos contatos devido à oxidação natural além de deixarem o sistema frágil: podem ser desconectados total ou parcialmente (neste caso causando ruídos) devido a algum esforço acidental mais intenso na conexão ou até mesmo causarem a quebra do jack de conexão em uma câmera, se os adaptadores forem grandes e pesados.

ajustando o áudio manualmente
a melhor forma de ajustar o áudio é manualmente, se a câmera permitir este tipo de ajuste. Caso contrário será utilizado o ajuste automático (AGC - Automatic Gain Control), que acarreta problemas na alternância de trechos com sons mais altos e sons mais baixos. Quando o nível sonoro da gravação cai - pessoa pára de falar por exemplo - o AGC vai aumentar o volume do áudio gravado, não a tempo de baixá-lo rapidamente quando ela volta a falar. O ajuste manual contorna este problema. Para ajustar, a primeira providência deve ser desligar o AGC, o que normalmente é feito através do menu da câmera. A seguir, fazer um teste de gravação com a cena real, observando os controles de volume esquerdo e direito. Subir gradativamente estes controles, de forma que as partes mais fortes do áudio gravado (sons mais intensos) não façam os medidores de volume de intensidade sonora (VU) de cada canal ultrapassarem a marca correspondente ao nível "0".

ajuste AGC da câmera
a função AGC (Automatic Gain Control), presente em muitas câmeras, controla automaticamente o ganho obtido no volume do som transmitido pelo microfone. Isto significa que o controle tenta manter um nível médio adequado no volume do som gravado, como se ali existisse um operador virtual controlando o botão do volume. Assim, se o volume da fonte sonora é muito baixo em determinado momento, o sistema aumenta automaticamente o mesmo. E é exatamente aqui que está o problema. Podemos imaginar uma pessoa falando em voz alta que de repente termina sua frase e silencia. Alguns segundos se passam. No decorrer desses segundos, existe no local apenas som ambiente muito baixo. O sistema no entanto, vai pouco a pouco 'aumentando o botão do volume', até que esse ruído ambiente fique no mesmo nível sonoro que o da voz da pessoa que falava.

Neste momento então a pessoa volta a falar. O sistema abaixa rapidamente o volume (como quando colocamos um CD para tocar, esquecemos o botão do volume muito alto e corremos para abaixar). Se essa cadência na fala da pessoa perdurar (voz seguida de alguns segundos de silêncio), o que vai ser ouvido na fita gravada é uma sequência de aumentos e diminuições no volume do som ambiente gravado. Ou pior, do ruído de fundo natural da fita ( "issssssss" ).

Para evitar isso, uma dica é desligar a função AGC (se a câmera permitir), trabalhando com os controles manuais de volume existentes em alguns modelos de câmeras. Para tanto, será necessário o uso de um microfone externo (e a câmera terá que ter entrada para o mesmo), porque a maioria dos microfones embutidos enviam seus sinais diretamente ao circuito AGC. Neste caso, o desligamento desta função na realidade significa fazer com que somente os sinais provenientes do microfone externo não passem pelo AGC.

Outra dica é pedir para a pessoa que fala dizer antes da nova frase a ser dita algo como "1, 2, 3" pausadamente: isto fará com que o AGC diminua o volume do som ambiente ao fundo, pois o som agora captado pelo microfone é muito mais intenso do que o silêncio de antes. Quando a frase começa a ser dita, o volume já está adequadamente ajustado. E o trecho "1, 2, 3" pode ser cortado em tempo de edição.

ajuste correto de um VU meter
medidores do tipo VU (Volume Units) são utilizados costumeiramente em equipamentos de som, para possibilitar o ajuste correto do nível (intensidade) do som gravado. Se este nível estiver abaixo de um determinado ponto considerado ótimo, ficará baixo no resultado final: se for mixado com outras fontes sonoras, estas estarão se sobressaindo. Se, por outro lado, estiver acima do ponto ótimo, o som ficará distorcido, perdendo qualidade. O problema é que o ajuste inicial é feito em tempo real, ou seja, aumenta-se ou diminui-se o botão do volume enquanto o som está sendo processado pelo aparelho. E geralmente, a maioria dos sons gravados (música, falas, etc...) não possui nível constante e sim altos e baixos. A dica é, em um teste ou ensaio, observar o medidor VU à medida em que o som é registrado pelo aparelho e, aos poucos, ir aumentando o botão de controle do volume gravado, até que o medidor atinja o valor zero. Os medidores são calibrados em decibéis (dB, homenagem a Alexander Graham Bell), com indicações abaixo de zero (-3, -6, -9....) e acima de zero (+3, +6, +9...). Observar o comportamento do medidor nas passagens de maior intensidade do som: nestas, o ponteiro (ou LED, conforme o modelo do medidor) poderá ultrapassar a indicação zero, avançando para a área (normalmente marcada em vermelho) de ruídos e distorções. O ideal é que na maior parte do tempo a indicação permaneça oscilando entre zero e ligeiramente abaixo dele (muito pouco, sem chegar próximo de -3). E também é normal e esperado que nas partes mais altas haja breves incursões (pulos) do ponteiro/LED para a área vermelha. Isto não é errado, desde que por breves períodos, durante os picos da música / voz.

alto-falantes e monitor de vídeo
na montagem de uma ilha de edição deve-se prestar atenção ao posicionamento das caixas acústicas: alto-falantes possuem ímãs, tanto mais poderosos quanto maior for a potência das caixas. E o campo magnético dos mesmos pode causar distorção na imagem apresentada na tela dos monitores. Assim, o ideal é colocar as caixas pelo menos a 1 metro de distância dos monitores.

ambiente e propagação de sons graves / agudos
as ondas sonoras dos sons agudos possuem maior frequência do que as dos sons graves. Ondas de maior frequência são mais facilmente refletidas por superfícies planas, lisas. Em uma sala vazia, quando alguém fala para a câmera de uma certa distância, um microfone colocado na câmera vai captar as ondas sonoras que saem da boca da pessoa e percorrem uma trajetória reta até ele. Mas, também, vai captar as que saem da boca da pessoa, encontram as paredes, o chão ou o teto, refletem-se nesses locais e acabam chegando ao microfone. Estas ondas que chegam atrasadas somam-se às ondas originais e constituem a chamada reverberação. São compostas, como mencionado no início, principalmente por ondas de maior frequência, ou seja, sons na faixa médios para agudos. Pode-se diminuir drasticamente o efeito da reverberação dificultando a reflexão das ondas que não percorrem diretamente o caminho entre a pessoa que fala e o microfone na câmera.

Uma das soluções é colocar o microfone o mais próximo possível da pessoa, situação onde praticamente todas as ondas sonoras captadas pelo mesmo serão diretas e não refletidas. Quando isto não é viável, funciona recobrir a sala (ou buscar outro local) com carpetes, quadros, móveis, etc.., notando que superfícies irregulares absorvem mais facilmente as ondas sonoras - ou seja, é preferível um banco de tecido a um de madeira por exemplo, ou um tapete felpudo a um praticamente liso. É por este motivo que as paredes dos estúdios são recobertas por material especial que dificulta a reflexão das ondas sonoras, com o intuito de eliminar as reverberações.

boom
um microfone do tipo shotgun suspenso bem próximo da cena onde os atores estão falando é quase tão eficiente para bloquear sons externos indesejados quando microfones de lapela localizados nos atores.

boom e vibrações
causadas pela haste no microfone existe uma forma simples de se improvisar um isolamento para fixar um microfone na extremidade de uma longa haste (boom) e assim evitar que eventuais vibrações causadas pelo manuseio da mesma passem para o microfone, causando ruídos indesejados. Basta utilizar um pedaço de cano de PVC com diâmetro em torno de 7cm e comprimento em torno de 10cm e fixar em cada uma de suas extremidades dois elásticos comuns cruzados, formando o desenho de um " X ". Os elásticos devem ser fixados de modo a ficarem esticados, nas laterais do cano - fazer furos (com uma furadeira por exemplo) e utilizar um cordão ligando e amarrando por fora do cano as pontas de cada elástico em cada extremidade.

No total, terá-se 4 elásticos, 2 em cada extremidade do cano, formando um " X " em cada ponta. Este cano deve ser então fixado na haste em um ângulo próximo de 90 graus, em sua ponta, através de fita adesiva (crepe, isolante, esparadrapo, etc...). A angulação acima é necessária para fazer com que quando a haste estiver suspensa a 45 graus acima da cena por exemplo, o microfone (que será colocado dentro do cano) fique apontando para as pessoas abaixo do mesmo. O microfone é encaixado na intersecção dos elásticos, de modo que os mesmos atuem como isolante de vibrações entre a haste e o microfone. Seu fio corre ao longo da haste.

O próprio fio do microfone também pode ser fonte de vibrações no microfone, dependendo da sensibilidade do mesmo. Assim, deve-se evitar prendê-lo diretamente na haste com fita adesiva. Ao invés disso, cortar alguns pequenos blocos de espuma: com pedaços de arame atravessando esses blocos, prender os fio, de trechos em trechos e na outra extremidade de cada bloco utilizar também arames para prendê-los à haste. Como o efeito das vibrações diminuem de intensidade ao longo do comprimento do fio, não é necessário utilizar este modo de fixação na haste toda, apenas em sua parte próxima do microfone.

cabo Y e ligação correta
o cabo Y (cabo divisor) deve sempre ser ligado de forma que sua entrada seja um sinal estéreo e sua saída dois sinais mono. Se o mesmo for ligado de maneira inversa (unindo as saídas mono esquerda / direita de um sinal estéreo para gerar um único sinal) poderá haver danificação de componentes internos no equipamento.

cabo Y e tipo
de sinal o cabo Y (cabo divisor) é um cabo do tipo desbalanceado (ou seja, um cabo isolado interno, revestido por uma blindagem externa, tudo isso envolto pela capa plástica externa ao cabo) que em determinado ponto se divide em 2, também conhecido como mixer passivo (porque não altera a intensidade dos sinais misturados). Utilizado como 'quebra-galho', permite por exemplo na cópia de um fita de um VCR para outro, conectar uma das pernas do Y a uma das saídas (Esq ou Dir) do VCR de origem, a outra perna à saída de um CD-player por exemplo e a base do Y ao VCR destino. Com um outro Y faz-se o mesmo para a outra saída (Esq / Dir).

Ajustando-se o nível de volume do CD-player, pode-se obter após algumas tentativas um equilíbrio entre as duas fontes (geralmente os VCRs comuns não possuem controle de ajuste do nível de saída do som, daí o ajuste ser feito no CD-player). Porém isso só funcionará para um aparelho do tipo CD-player, gravador de fita ou MiniDisc por exemplo, mas não para um microfone. Isto porque os aparelhos mencionados emitem sinais do tipo line-level, que possuem intensidade bem maior do que o sinal emitido por microfones, cujo sinal é denominado mike-level. Nesta situação torna-se necessário o uso de um mixer-ativo, que possua entradas separadas para line-level e mike-level. O mixer amplificará o sinal do microfone fazendo com que fique no mesmo nível de intensidade elétrica que o dos outros aparelhos. A partir daí, basta ajustar individualmente cada um dos componentes (CD-player, microfone, etc...) até obter-se o equilíbrio desejado.

calculando o espaço ocupado por determinada gravação de áudio
é possível calcular o espaço aproximado ocupado por uma gravação de áudio se forem conhecidos os valores "bit depth" e "sample rate" utilizadas na geração do som. Bit depth significa a quantidade de tonalidades diferentes empregadas na formação da amostragem durante o processo de conversão do sinal analógico (que é a forma como toda fonte de áudio e vídeo começa) para digital. Fazendo um paralelo com o universo das cores, significa "quantos lápis de cores diferentes existem na caixa de lápis de cor a ser utilizada para desenhar uma determinada figura real". Com uma caixa de 12 lápis a representação da realidade vai ser menos fiel do que com uma caixa de 24 cores, o mesmo podendo-se dizer de outra de 36, e assim por diante. É necessário então "numerar" esses lápis, e temos então que quanto mais lápis, mais algarismos serão precisos, até 9, usamos X, até 99, usamos XX, até 999 usamos X (um, dois e três algarismos), e assim por diante. Traduzindo para a numeração binária, essa numeração, por empregar bits "0" / "1" ocupará um pouco mais espaço.

Na gravação de áudio de um CD-Áudio comum é empregado um valor de 16bits para bit depth, o que equivale a um conjunto com 65.535 tipos diferentes de frequências de áudio (ou, 65.535 "lápis" de cores diferentes). O termo sample rate representa quantas amostras são realizadas por determinado intervalo de tempo, no caso, por segundo. Em um CD-Áudio comum são utilizadas 44.100 amostras por segundo, ou seja, um valor de 44.100Hz para sample rate.

Multiplicando-se 44.100 por 16, tem-se 705.600 bits. Como existem 2 canais (sinal estéreo), o dobro desse valor é 1.411.200 bits por segundo. Como os valores normalmente empregados para especificar espaço em informática são em número de bytes e não de bits, e como um byte possui 8 bits, basta dividir o valor acima por 8, obtendo-se aproximadamente (não existe "meio bit") 176.400 bytes. A seguir, lembrando que 1Kb são 1024 bytes, dividindo-se 176.400 por 1024 tem-se 172,3 Kb por segundo de gravação. Por minuto, são 10.338 Kb ou, novamente dividindo-se por 1024, cerca de 10 Mb.

câmera sem entrada de microfone
uma solução de contorno que, dependendo da situação pode funcionar, é registrar o áudio de forma independente, em outro equipamento, como um gravador do tipo Mini-Disc por exemplo. Grandes produções trabalham muitas vezes dessa maneira em vídeo e sempre em cinema: este é um dos motivos da existência da claquete, a sincronização do áudio e da imagem. Uma claquete pode ser improvisada com dois pedaços de madeira, batidos um contra o outro em um fundo que produza contraste com a tonalidade da madeira, para maior facilidade de identificação na edição para junção das partes.

camuflando microfones
externos microfones aparecendo em cena, exceto em determinadas situações (entrevistas e programas de auditório por exemplo) geralmente distraem a atenção dos assistentes. Em determinados trabalhos (dramas por exemplo) sua presença na imagem é totalmente desaconselhada. Nestes casos, o microfone pode ser mantido próximo dos personagens (para capturar som com qualidade) e mesmo assim não aparecer na cena. Algumas idéias: escondê-lo em um vaso de plantas sobre uma mesa, onde acontece uma entrevista, ou atrás de livros, estátuas, luminárias ou qualquer outro objeto que possa ser colocado sobre a mesa de maneira a encobri-lo. Outras possibilidades: pendurado no teto, a partir de um lustre, atrás de um conjunto de garrafas e copos na mesa de um restaurante, atrás de um poste ou árvore localizado entre a pessoa e a câmera, etc... .

Microfones de lapela ajudam, devido a seu pequeno tamanho, mas os de mão também podem ser camuflados. Em relação ao microfone de lapela, nem sempre o mesmo necessita ser preso de forma visível, na roupa da pessoa. Dependendo do tipo de roupa, a parte interna de uma gola pode ser utilizada por exemplo, afixando-se o microfone com uma fita adesiva resistente (crepe, esparadrapo, isolante). Ou então pode ser fixado na parte lateral de uma gola, encoberta por um cabelo comprido. Outra possibilidade: camuflado dentro do bolso da camisa. Neste caso, (se não houver problema) deve ser efetuado um pequeno orifício do lado interno do bolso, para passar o fio do microfone, que fica afixado em uma caneta, próximo à superfície aparente do bolso (mas sem aparecer), ao lado de outras canetas.

Outra opção é manter o microfone fora da cena, mas próximo dela. E uma das formas mais utilizadas é através de um longa haste (boom) que traz o microfone preso na extremidade. O operador da haste observa a cena sendo gravada através de um monitor, por onde controla seu posicionamento de forma a nunca aparecer na cena e ao mesmo tempo estar próximo das pessoas.

canais não utilizados em um mixer
é comum a existência de ruído de fundo ("ummm..." / "issss...") em sinais de áudio quando a música / voz não estão presentes, como por exemplo em um CD player entre uma música e outra, em um gravador cassete ou um microfone aberto (ligado). Esse ruído, que pode ser de maior ou menor intensidade, nem sempre é gerado pelo aparelho de onde parte o som original: no caminho até a saída, cabos o direcionam através de outros dispositivos (amplificadores por exemplo) e estão sujeitos a diversas interferências. Quando a música está sendo executada ou a voz está sendo ouvida a partir do microfone, como suas intensidades são bem maiores o ruído torna-se inaudível. Porém nos trechos de pausa é possível em muitos casos ouví-lo. A dica aqui é: quando se usa um mixer com várias entradas conectadas (microfones, players, etc...), desativar sempre as entradas que não estão operando no momento (ou abaixando-se o volume do canal - controle Fader - ou interrompendo-o - controle Mute. Com isso evita-se na saída a presença contante de ruído de fundo formado a partir desses canais não utilizados (que pode até ser ampliado, se vários canais encontram-se nessa situação).

captando sinal estéreo a partir de mono
embora o efeito estéreo real não seja obtido, no aspecto conexões elétricas corretas a melhor forma de se fazer isso é através do uso de um cabo divisor (cabo Y). Outra forma é utilizar somente uma das entradas estéreo para gravar o sinal mono e neste caso, por convenção, o usual é utilizar-se sempre a entrada do canal esquerdo.

captando sinal mono a partir de estéreo
se estiver sendo utilizado um equipamento mono para gravar um sinal estéreo, ao invés do uso de um cabo divisor (cabo Y) - que é um procedimento incorreto, deve ser escolhida uma das saídas estéreo (esquerda / direita) para conexão na entrada mono. Por convenção, o usual é utilizar-se sempre a saída do canal esquerdo. Caso o resultado não seja conveniente, a melhor opção é o uso de um mixer para combinar os dois sinais estéreo em um mono.

captando som ambiente para compor o clima da cena
durante uma entrevista, pode ser interessante a captação paralela, além do som principal, do som existente no ambiente. Este procedimento pode ajudar a compor o clima do local e durante a edição as duas fontes sonoras podem ser ajustadas, aumentando-se ou abaixando-se seu volume ao longo do tempo gravado. Aqui, ao invés do procedimento de captar alguns minutos de som ambiente para eventual uso na montagem das cenas na edição, torna-se necessária a captação do som paralelo durante todo o tempo da gravação. Isto pode ser feito de duas maneiras: se a câmera possuir entrada estéreo, a mesma pode ser separada através de um cabo Y por exemplo, conectando-se dois microfones externos, um dedicado ao som principal e outro ao ambiente, posicionados em locais apropriados. O uso de um pequeno mixer facilita a operação, permitindo a conexão de mais microfones (entrevistado e entrevistador por exemplo), além de permitir o controle de seus volumes de forma independente. Outra forma é usar um gravador independente da câmera (ou até mesmo outra câmera sem uso no momento). Aparelhos de Mini-Disc por exemplo são excelentes para a tarefa, por serem portáteis e possuírem excelente qualidade sonora. Durante a edição, basta captar o som gravado em paralelo para ser acrescentado ao som principal. O único cuidado que deve-se ter, no caso de captação em paralelo, é com o sincronismo com o som principal: como exemplo, haveria um erro grave se um objeto caísse ao fundo da cena, e o som de sua queda não estivesse sincronizado, ou pior, atuasse como um 'eco' do captado, mais tênue, pelo microfone principal. Mas fazer esta sincronização é extremamente fácil: uma dica é simular uma claquete, batendo-se de maneira forte e seca dois pedaços de madeira um de encontro ao outro em frente à câmera, com o som sendo gravado pelos dois sistemas. Na edição, através da visualização, quadro a quadro, da cena das madeiras encontrando-se, é possível fazer a sincronização.

captando som ambiente para uso na edição
em gravações fora do estúdio, é sempre útil captar alguns minutos de som ambiente para uso eventual na fase de edição. Um desses usos é quando se deseja 'esticar' o tempo entre uma frase e outra dita por uma pessoa entrevistada no local, inserindo alguma imagem (do local ou não) no trecho inserido. Usando o fade in/out, a substituição pode ser imperceptível (som de talheres em um restaurante por exemplo).

captando som de alto-falantes
muitas vezes em eventos não há possibilidade de se captar som claro do que ocorre no palco / altar / picadeiro, etc... Devido ao local onde a câmera estará, o microfone da mesma ficará muito longe para captar com clareza o que é dito - haverá mistura com o som (ruído) do ambiente, vozes das pessoas ao redor, etc... Ao mesmo tempo, não há permissão / possibilidade de se conectar a saída do sistema de som do local à entrada de som da câmera (usando adaptadores, se fosse o caso, para os diferentes plugs) e também não é possível o uso de um microfone próprio no local - palco, altar, picadeiro. A dica então neste caso é posicionar um microfone externo ligado à câmera, em frente e a um ou dois metros de distância de uma das caixas de som do evento. Isso garantirá um bom nível de som com pouco ruído de fundo do ambiente. Como alternativa, pode ser usado um microfone de lapela sem fio: com isso elimina-se o cabo de som que trafega até a câmera.

captando som de peças de teatro
o registro do áudio quando diversos personagens atuam sobre o palco pode ser problemático, principalmente diante da dificuldade ou impossibilidade de fazer o registro individual de cada voz. Uma dica é utilizar alguns microfones do tipo omni-direcionais ou cardióicos suspensos sobre o palco, voltados para baixo, a uma altura segura para não atrapalhar / poluir a visão da cena e ao mesmo tempo permitir o registro correto do som. Dependendo da largura do palco, 3 ou 4 microfones serão suficientes, conectados seus cabos a um mixer, e a saída deste mixer à entrada da câmera. O arranjo pode também ser utilizado para performances de música clássica (orquestra), como alternativa à instalação de microfones para os principais instrumentos. Outra alternativa, ao invés de colocar os microfones suspensos, é a instalação do mesmo número de microfones fixos em pequenos tripés na frente do palco, no chão - melhor ainda se puderem ser fixos fora da área útil do palco, mas bem próximo de seus limites.

carros de bombeiros ou polícia, imitando o som de conversa no rádio
ao invés da manipulação do som na fase de edição, a maneira mais fácil de imitar esse tipo de áudio é mesmo através de walkie talkies comuns, onde coloca-se um microfone ao lado de um deles.

conectando a saída de um mixer à câmera
deve ser observado que normalmente o tipo de saída utilizado em mixers é line level, que possui intensidade de voltagem muito maior do que o sinal mike level. Em algumas situações, pode ser necessária a utilização de vários microfones durante determinada gravação. A forma de combinar o sinal de todos eles é utilizando um mixer. Alguns mixers possuem opção de gerar um sinal de saída tanto do tipo line como do tipo mike level. No entanto, na maioria deles a saída é do tipo line level e se esta saída for conectada na entrada de microfone externo da câmera o resultado será um sinal distorcido. A saída é utilizar um dispositivo chamado atenuador, encontrado em lojas de eletrônica. Este dispositivo, colocado entre o sinal gerado pelo mixer e a entrada de microfone externo da câmera diminui a voltagem do sinal, de forma não causar distorção quando o mesmo é registrado pela câmera.

conectando a saída de um mixer à câmera - conectores
ao conectar qualquer cabo oriundo de um sistema desconhecido (um mixer do sistema de som utilizado em um evento por exemplo) à câmera, a dica é evitar basear-se somente no tipo de conector existente na ponta do cabo. Embora existam determinadas convenções para sinais - conectores, é recomendado tentar descobrir a origem do sinal na outra ponta do cabo e certificar-se de que o sinal é adequado (tipo / intensidade) para conexão à câmera sem danificá-la.

construindo sons "bed" na edição
sons "bed" (de fundo) podem se facilmente construídos na edição-não-linear a partir de somente alguns pequenos trechos do efeito gravado. Como exemplo, o som simulado de chuva caindo, criado através de grãos despejados sobre uma chapa metálica, tem curta duração. Porém, no software de edição é possível criar algumas cópias desse pequeno trecho, emendando-as a seguir diversas vezes. Em seguida, aumentar e diminuir aleatóriamente (com suavidade) o volume sonoro do trecho emendado, para simular o que ocorre na natureza. Procurar, na criação dos trechos a serem emendados, cortar as partes iniciais e finais (com volume mais baixo devido ao início e fim do despejar dos grãos). Como este som será um som de fundo, as emendas não serão percebidas no resultado final. Assim, outros sons podem ser compostos, como por exemplo o som da batida de talheres e pratos composto sobre o som de pessoas conversando, para simular o som ambiente de um restaurante, etc...

contando canais de entrada em um mixer de áudio
algumas especificações técnicas de um mixer de áudio podem confundir usuários menos experientes no assunto. Uma delas diz respeito à quantidade de canais de entrada, como por exemplo "14 input channels". As entradas em um mixer podem ser entradas do tipo mono ou entradas do tipo estéreo, geralmente dispostas em setores fisicamente separados no painel do mixer. Na área destinada a entradas mono, podem-se ver, no exemplo hipotético acima, um conjunto de 12 entradas, dispostas em duas fileiras, uma abaixo da outra. Na fileira superior, tem-se 6 entradas para microfone do tipo XLR. Abaixo de cada uma dessas, formando a fileira inferior, outras 6 entradas para conectores do tipo 1/4 pol. mono. Tem-se nesse painel somente 6 canais de entrada, porque cada par XLR / 1/4 pol. corresponde a um único canal.

Na área destinada a entradas estéreo, pode-se ter por exemplo 8 entradas para conectores do tipo 1/4 pol. estéreo, formando duas fileiras de 4, uma abaixo da outra. Neste caso, casa par de entradas corresponde a 2 canais independentes, o esquerdo e o direito. Assim, tem-se nessa área 8 canais, que somados aos 6 da área mono, dão os 14 canais de entrada do mixer.

convertendo estéreo em mono
na situação em que se tem a saída estéreo de um equipamento de som e deseja-se gravá-lo em um outro cuja entrada é mono, nunca deve ser utilizado o cabo Y (cabo divisor) invertido, ou seja, unindo as saídas esquerda / direita em uma só, sob pena de poder danificar o circuito de determinados equipamentos. A forma correta de se fazer isto é utilizar somente um dos canais (ou o esquerdo, ou o direito). Existe uma convenção, neste caso, para o uso do canal esquerdo, mas nem sempre é possível adotá-la (conforme o que está gravado nos canais). A saída ideal para o problema é o uso de um mixer de áudio, equipamento apropriado para desempenhar esta tarefa, com a vantagem adicional da possibilidade de eventuais ajustes no sinal a ser gravado.

desplugando cabos
a maneira correta é sempre puxar o conector, não o cabo, sob risco de causar falhas e interrupções no sinal com o uso desta forma, devido à desconexão interna do cabo dentro do conector.

distância e propagação de sons graves / agudos
a propagação do som é diferente para as tonalidades graves e as agudas, devido ao comprimento de onda bem diferente que as mesmas possuem. Sons agudos são sons de alta frequência, possuindo pequeno comprimento de onda. Sons graves são sons de baixa frequência, possuindo grande comprimento de onda. E quanto menor o comprimento de onda, com mais facilidade o som é absorvido ao atingir os diversos objetos existentes através do caminho pelo qual o mesmo se propaga, como carpetes, móveis, objetos decorativos, revestimento do teto, paredes, etc.... Assim, os sons agudos são perdidos mais facilmente, porque são absorvidos com mais facilidade pelo ambiente. Quanto maior a distância em que nossos ouvidos estiverem da fonte sonora, menos sons agudos serão percebidos: o som como um todo tenderá a tornar-se cada vez mais grave e abafado: um conjunto de rock em uma apresentação em local aberto (estádio por exemplo) é ouvido ao longe somente pelos instrumentos que produzem sons graves (como a percurssão da bateria por exemplo). Quanto menor a participação de agudos em um som, mais difícil é determinar com precisão sua localização (por este motivo em sistemas de som para home theater o sobwoofer, emissor de sons graves, pode ser colocado em qualquer local e inclusive ser uma única peça, ao contrário das caixas pequenas). Assim, em uma gravação feita em um auditório, por exemplo, nem sempre a posição mais longe do palco é a melhor para captar-se o som: quanto mais para trás, mais perdas de agudos ocorrerá. A dica é estar o mais próximo possível da fonte emissora ou então utilizar posteriormente um equalizador para reequilibrar as tonalidades do som gravado.

distorcendo o áudio em depoimentos de testemunhas
uma prática comum em programas de TV, principalmente noticiários, é distorcer o áudio da fala de pessoas que emitem algum depoimento (geralmente testemunhas de algum fato ocorrido) para preservar suas identidades. O efeito pode ser realizado de diversas maneiras, através de programas de manipulação de áudio. Mas pode também ser efetuado na edição, no próprio programa de edição-não-linear. Estes programas normalmente possuem um módulo para tratamento do áudio. A dica é alterar uma característica denominada "pitch" do áudio gravado: para vozes femininas, diminuí-lo alguns semi-tons, e para vozes masculinas, aumentá-lo alguns semi-tons é o suficiente para distorcer e tornar irreconhecível o padrão sonoro da voz dessas pessoas.

eco, reverberação e microfone de lapela
o microfone de lapela é uma boa alternativa em ambientes com acústica ruim, repletos de ecos / reverberações, em relação por exemplo a um microfone do tipo shotgun, mais susceptível a registrar esses sons indesejados. Além de poder ser colocado próximo da boca das pessoas (ao contrário do shotgun, no exemplo acima), o próprio corpo da pessoa ajuda a bloquear os sons refletidos, pelo menos os vindos da parte de trás da mesma.

editando áudio de diferentes procedências
é comum a situação de se editar no computador 2 fontes diferentes de áudio, uma delas proveniente de uma gravação efetuada em Mini-DV e outra proveniente de um CD-Audio. A frequência de sampling (quantidade de amostras por segundo) é diferente nos dois casos. O sinal DV utiliza 48.000Hz de frequência e o do CD utiliza 44.100Hz. Ao iniciar um novo projeto no programa de edição, a dica é fazer o ajuste da taxa de sampling para o valor utilizado para DV (maior). O programa de edição fará o processo up-sampling para compensar a diferença.

editando áudio do tipo mp3 para gravação de DVDs
esse tipo de abordagem deve, quando possível, ser evitada. O motivo é que a geração do arquivo mp3 já é um processo que ocorre com perdas (diminui-se a fidelidade para gerar um arquivo com menor tamanho), e o DVD é autorado utilizando o codec MPEG2, que também é um processo de compressão com perdas. Assim, a perda sonora do áudio seria cumulativa - a tendência é sua qualidade final ser ligeiramente menor do que a do original mp3, que, por sua vez, já perdeu qualidade quando foi gerado se o foi a partir de um CD-Audio.

etiquetas em cabos
na montagem de uma ilha de edição (ou mesmo em outros setups de aparelhagens sonoras) é muito conveniente etiquetar os cabos. Esse procedimento, embora tome tempo na fase de montagem, facilita em muito eventuais manutenções futuras: a retirada / recolocação de um equipamento para conserto por exemplo, pode ser feita em breves minutos, ao invés de consumir um longo tempo de identificação cabo a cabo procurando descobrir seus trajetos. Existem diversos sistemas de etiquetagem, de profissionais a adaptações as mais variadas possíveis. A seguir, dicas de um sistema simples e durável, utilizando uma impressora de micro, uma folha plástica transparente e amarradores de fios. Imprimir o significado da conexão do fio a ser etiquetado, indicando se é entrada / saída e outras características (MIC A / ENT por exemplo). As letras devem ser pequenas, com a mesma altura da largura do fio ou ligeiramente maior e serem dispostas em uma única linha. Recortar um retângulo na folha impressa, contendo o texto, rente ao mesmo acima e abaixo e deixando um espaço de cerca de meio centímetro à esquerda e à direita. A seguir, cortar um retângulo do plástico (o ideal são folhas bem transparentes) do mesmo tamanho que o cortado em papel e sobrepor ao mesmo. Esse retângulo papel+plástico deve ser enrolado no fio no sentido de seu comprimento, formando uma 'casca' sobre o mesmo. Sobre os espaços deixados de sobra, à esquerda e à direita, colocar amarradores de fios (pequenas fitas plásticas com dentes que, ao serem apertadas, travam-se permanentemente) puxando a extremidade das fitas com um alicate. A etiqueta fixa nesse sistema não corre perigo de soltar-se, é resistente à manipulação e desgaste das letras devido ao plástico e pode ser removida quando necessário cortando-se os amarradores com uma tesoura de ponta fina. As etiquetas devem ser presas próximo aos conectores (5 cm de distância por exemplo).

fones de ouvido na edição
o mais indicado em uma ilha de edição é o uso de caixas acústicas. Na sua falta, podem ser utilizados fones de ouvido, porém com algumas ressalvas. Podem ser utilizados fones de maior qualidade, almofadados e cobrindo as duas orelhas, ou fones mais simples, do tipo discman. O problema dos primeiros é justamente sua alta qualidade, que pode enganar a avaliação a ser feita do som, principalmente quando há mistura de sons de diferentes tipos, como voz e música por exemplo. Nos fones, pode ser possível a distinção clara de uma narração sobre um fundo musical e ao mesmo tempo no pequeno alto-falante existente na TV do cliente não ser possível a distinção. Se o problema fosse percebido durante a edição, poderia eventualmente ser corrigido (aumentando-se o volume da voz e diminuindo-se o da música por exemplo). Por outro lado, os tipos mais simples (discman) geralmente possuem falhas na reprodução dos graves. E sons graves, como o do vento batendo no microfone, o de zumbidos de motores, etc..., que deveriam ser atenuados na edição, podem passar desapercebidos.

interferências com cabos
de alimentação elétrica cabos de alimentação elétrica costumam gerar fortes campos eletromagnéticos à sua volta, que podem causar interferência nos fracos sinais de áudio que trafegam em cabos nas proximidades. As interferências no entanto podem ser minimizadas através de 2 providências: se os cabos devem seguir determinado trajeto em paralelo, mantê-los o mais distante possível uns dos outros; se os cabos necessitam se cruzar, este cruzamento deve ser feito em ângulo reto (ou seja, formando uma cruz).

interferências diversas
o sinal digital é praticamente imune à interferências externas, mas o mesmo não ocorre com o sinal analógico. Este tipo de sinal é o que percorre o cabo de um microfone por exemplo, ou o cabo do áudio analógico capturado de um aparelho deste tipo (CD player, MD, VCR, a própria câmera de vídeo em sua saída analógica e outros) e levado para outro lugar, como a entrada de áudio na placa de captura do micro. Assim, tanto o cabo como o aparelho em si (CD player, câmera de vídeo, etc...) devem ser posicionados longe de aparelhos potenciais emissores de interferência neste tipo de sinal, como aparelhos celulares, televisores, monitores de computador, transformadores de voltagem (como carregadores de celular por exemplo), telas de laptop e o próprio visor LCD ligado da câmera.

kit de conectores
é sempre conveniente manter junto à bagagem levada junto com a câmera em gravações externas, uma pequeno estojo contendo diversos tipos de conectores de áudio. Conectores para conversão de plugs RCA para mini-plugs estéreo (cabo em "Y"), conectores de conversão (1/4 para 1/8 pol. e vice-versa), conector fêmea duplo RCA-RCA (para extender 2 cabos com extremidades em plugs RCA), atenuadores de sinal (para conectar sinal line level na entrada mike level da câmera), conectores XLR e diversos outros. Estes acessórios podem ser úteis em várias situações imprevistas, como a disponibilidade de captar o som diretamente de uma mesa de áudio em um evento e ver-se impossibilitado de fazer isso pela falta de um plug do tipo adequado.

masterizando a trilha sonora já editada
estando pronta a trilha sonora, juntamente com as imagens já editadas no micro, é possível melhorá-la ainda mais, em um processo conhecido como masterização. Embora possa ser feito no próprio programa de edição no micro, o ideal é exportar o conteúdo da trilha para um programa específico para tratamento de áudio. Nesse programa então diversas operações podem ser feitas sobre a trilha, como uniformizar o volume (diminuindo um pouco os excessos de altos e baixos), atenuando trechos com excesso de agudos ou graves, aplicando processos de compressão (que aproximam as variações de volume para uma determinada intensidade média) e outros. Finalizados os ajustes, a trilha é importada para o programa de edição, devendo substituir a trilha original.

microfone da câmera
este, de maneira geral, é o pior tipo de microfone que pode ser utilizado em uma gravação de vozes de pessoas, como em uma entrevista por exemplo, se o objetivo é obter qualidade. Isto não se deve à qualidade do microfone propriamente dito, que nas câmeras mais recentes é muito boa (microfone tipo condensador) e sim ao seu posicionamento, longe do local onde a ação se desenrola. De maneira geral, quanto mais perto a fonte sonora estiver de um microfone, melhor será o som captado.

Um dos problemas decorre exatamente da distância em que a câmera encontra-se: sons estranhos aos desejados são também captados pelo microfone. Outro problema: em algumas câmeras, também ruídos decorrentes da operação da mesma (motor do zoom por exemplo) podem ser captados. Em determinados modelos até o deslizar dos dedos da mão no controle dos botões pode acabar indo para a trilha sonora, principalmente em momentos de silêncio na cena. Para captar com toda clareza o som da voz das pessoas o microfone deve estar o mais próximo possível das mesmas, que nem sempre corresponde à melhor posição para a câmera. Isto leva ao uso do microfone externo, com ou sem fio.

microfone da câmera, desligando
existem ocasiões em que não se deseja gravar som algum através do microfone da câmera. A inicialização de fitas (quando grava-se uma fita inteira com a objetiva tampada) é uma delas. Ou então a gravação de alguns segundos iniciais somente com a imagem do padrão color bars, que algumas câmeras podem exibir através da seleção de opção correspondente no menu. Uma dica para suprimir o som é encaixar um plug sem fio na entrada de microfone externo da câmera. Isso faz com que automaticamente o microfone embutido da câmera seja desligado. O plug em questão deve ser do mesmo tipo do que seria utilizado no cabo do microfone externo apropriado para a câmera, geralmente um conector do tipo mini-plug estéreo ou mono (nos dois casos o efeito é o mesmo), adquirido em lojas de eletrônica.

microfone da câmera e som
ambiente existem algumas situações específicas onde o microfone da câmera pode ser útil. Uma delas é quando se deseja captar o som ambiente de um local, e não o som específico de determinada fonte. Por exemplo em uma festa ou reunião de pessoas, onde o mais importante seja captar o clima geral dominante no ambiente. Neste caso, se for desejada a captação de alguém falando de maneira mais particular, basta aproximar a câmera da pessoa. Outras situações: gravação (autorizada) de trechos de espetáculos musicais, shows, peças teatrais, etc... A regra geral é: sempre que for desejada a captação de algum som de maneira seletiva, eliminando-se ruídos ao redor, o mais indicado é aproximar o microfone da fonte sonora. Se este microfone for o da própria câmera, isto significa também aproximar a câmera. Por outro lado, se o som geral do ambiente for desejado, a proximidade não é necessária.

microfone da câmera x ruído
causado pelo vento sob vento forte, o atrito do mesmo com a tela protetora do microfone da câmera gera um ruído predominantemente de baixa frequência (grave). Algumas câmeras possuem um dispositivo que, se opcionalmente acionado (wind setting), tenta corrigir o problema. Porém, esta correção retira também boa parte dos graves do som que está sendo registrado. Se isto for problema, ao invés de acionar o dispositivo, tentar mudar a posição da câmera em relação à direção principal do vento ou colocar alguém bloqueando o mesmo pode reduzir bastante o problema. Outra opção é prender um pedaço de espuma sobre o microfone da câmera utilizando fita adesiva. Soluções profissionais incluem o uso de capas próprias de espuma ou fios de algodão, denominadas blimps. Confeccionadas em vários tipos e tamanhos, adaptam-se a praticamente todo tipo de microfone.

microfone da câmera x ruídos ao fundo da cena
em determinadas situações é necessário gravar alguém falando para a câmera e esta pessoa deve estar posicionada obrigatoriamente em determinado local, importante para o contexto do material sendo gravado. O problema surge quando está sendo utilizado o microfone da câmera e ao fundo, atrás da pessoa que fala, existem ruídos indesejados. Uma forma de diblar a situação é usar um microfone externo, preso a uma haste (boom) e posicionado ligeiramente acima da pessoa que fala. O microfone utilizado deve ser do tipo direcional, para excluir ao máximo sons provenientes dos lados, o que, para a posicionamento utilizado, corresponde aos ruídos de fundo. Se a câmera possuir microfone deste tipo (direcional e destacável de seu corpo), o mesmo pode ser retirado de seu suporte na câmera e preso à. haste. Caso contrário, utilizar um microfone próprio para este fim. Cabos de extensão, do microfone em sua nova posição à câmera serão necessários.

microfone de lapela: po
sicionamento em pessoas que tem o costume de olhar para baixo enquanto falam o melhor posicionamento é lateralmente e não na posição central abaixo de sua boca: com isso evitam-se ruídos provenientes de sua respiração e da pronúncia acentuada de determinadas sílabas. Em uma entrevista, onde o entrevistado está sentado em um local onde terá sempre que olhar e falar para a esquerda por exemplo, o microfone deve ser fixado na gola ou parte da roupa que fique também voltada para este lado. Deve-se ter também cuidado em mantê-lo bem fixado (para evitar ruídos decorrentes de sua movimentação) e evitar que fique abaixo de alguma peça de tecido - o que abafaria o som.

microfone de lapela: com / sem fio
nem sempre microfone de lapela é sinônimo de microfone sem fio. Na verdade, o conjunto transmissor-receptor só deve ser usado com este tipo de microfone quando for impraticável o uso de cabos. O uso do cabo livra o sinal dos problemas de falhas e interferências que ocorrem geralmente com os transmissores-receptores, especialmente em locais fechados.

microfone de lapela e ruído causado pelo vento
assim como microfones shotgun são constantemente protegidos por capas de espuma ou fios de algodão (blimps) para evitar o ruído causado pelo atrito do vento forte com a superfície do microfone, o mesmo deve ser feito com os microfones de lapela. Em determinadas situações, o vento pode soprar de maneira intensa na frente da pessoa, servindo seu corpo como escudo para desviar a corrente de ar. Nesta tarefa, o sensível microfone de lapela acaba captando também da mesma forma o ruído do atrito com o ar. Pequenos moldes de espuma, adaptáveis a esses microfones devem então ser instalados. A diferença no resultado final pode ser significativa, principalmente em situações de vento forte.

microfone do tipo condensador em
exteriores este tipo de microfone exige alimentação elétrica própria, geralmente uma fonte de 48V. Embora alguns microfones do tipo condensador possuam um local dentro do próprio aparelho para a instalação de baterias, outros dependem de fornecimento externo de energia, procedimento conhecido como phantom power, normalmente neste caso disponibilizado pela conexão de microfone da câmera. Se o microfone for do tipo que exige alimentação externa e a câmera não possuir phantom power (geralmente as câmeras do segmento consumidor e semi-profissional não possuem este tipo de recurso) uma dica é utilizar um mixer portátil, destinado a uso em exteriores. Estes mixers funcionam com baterias e frequentemente possuem conexão para microfones do tipo condensador com phantom power.

microfone e ajuste de volume
em um mixer quando se faz uso de um mixer durante uma gravação, ao qual estão conectados alguns microfones, quando determinado microfone não está em uso momentaneamente (pessoa que parou de falar em uma entrevista devido à dinâmica da mesma), pode-se desligá-lo ("fechá-lo"). Isto pode ser feito de duas maneiras, acionando-se a tecla mute no mixer ou, também no mixer, abaixando seu controle de volume (deslizante ou de botão giratório). O ideal é usar a segunda opção (abaixar o volume) e sem abaixá-lo totalmente, apenas o suficiente para eliminar eventuais ruídos indesejados. Isto porque se o microfone repentinamente voltar a ser usado, a transição de aumento de volume é mais suave do que a efetuada pelo acionamento da tecla mute. Suavemente e de maneira rápida aumenta-se novamente o volume do microfone: este procedimento fará com que o áudio não fique com interrupções e cortes bruscos, tendendo à uma uniformidade agradável ao ouvinte.

microfone e ambiente
exterior muitas vezes após uma sequência de gravações feita em ambiente fechado, grava-se algo em um ambiente aberto, ao ar livre. Esta situação, principalmente se este lugar for desprovido de muros ou outros obstáculos sólidos por perto (como o centro de um campo de futebol por exemplo) causará uma diferença no som gravado. Apesar de claro e limpo, o som perderá algumas de suas características, passando a ser menos encorpado do que era e tendo menos brilho; será um som apagado, assemelhando-se um pouco ao som emitido por receiver de FM quando abaixamos totalmente os controles grave/agudo. Isto ocorre porque falta, no ambiente aberto, a reverberação, onde o som refletido por paredes, tetos e objetos diversos ajuda a reforçar o som original. Algumas providências podem, no entanto, minimizar essas características do som em ambiente aberto. Uma delas é abrir mão do microfone da câmera (se for o caso) e passar a utilizar um microfone de mão ou de lapela: principalmente para a voz humana, devido à proximidade do microfone da boca, a falta de reverberação não será tão percebida. Outra é acrescentar, na fase de pós-produção, um pouco de reverberação, o que pode ser feito através de um gerador de efeitos de som ou através de uma das opções de controle e ajuste de som do programa de edição-não-linear.

microfone e chuva
a água é inimiga, de maneira geral, da maioria dos equipamentos utilizados em vídeo. E um dos equipamentos mais afetados é o de som, especialmente microfones. Dentre estes, os mais sensíveis, por serem mais delicados (e também mais caros), são os do tipo condensador, como os shotguns por exemplo. Recobrir o microfone com plástico funciona para não molhá-lo mas não funciona na captura do som, que torna-se mais grave e abafado. A solução é gravar a partir de um local coberto, ou utilizar um grande guarda-chuva seguro por um assistente por exemplo. Lembrar no entanto que é uma solução de emergência: depois de certo tempo, minúsculas gotículas de água costumam atravessar o tecido de determinados tipos de guarda-chuva e podem atingir o equipamento. A regra geral é, quando possível, evitar estas situações.

microfone e distância do assunto a ser gravado
a regra aqui é: quanto mais perto, melhor. Um microfone externo à câmera deve sempre ser colocado o mais próximo possível do assunto, para registrar claramente os sons emitidos pelo mesmo. É por isso que o som captado pelo microfone de lapela é geralmente de muito boa qualidade: por estar fixado no próprio assunto, no caso a pessoa que fala. Mesmo com microfones direcionais a regra é sempre a mesma: chegar o mais próximo possível da fonte sonora.

microfone e ruído causado pelo cabo
uma eventual fonte de ruídos em um microfone com fio seguro pelas mãos de uma pessoa que fala para a câmera pode ser a movimentação mecânica deste fio, muitas vezes feita involuntariamente pela própria pessoa. O problema é comum com microfones mais baratos e simples, com baixo nível de isolação interna contra a estrutura que suporta a cápsula sensível ao som. No caso de microfones de lapela, uma solução é afixá-los firmemente na roupa da pessoa, evitando que se movimente conforme a pessoa também se movimenta. Uma dica é utilizar um segundo ponto de fixação do cabo do microfone na pessoa, fazendo com que o fio faça um pequeno loop ou pelo menos um arco de forma a não transmitir a movimentação do cabo para microfone.

microfone e som estéreo
não existem microfones estéreo, todos os microfones são do tipo mono. Ocorre no entanto, que os meios de gravação (fita na câmera por exemplo) possuem trilhas separadas para registro estéreo de sons (canais esquerdo e direito). As câmeras que possuem microfone embutido (todas dos segmentos consumidor e semi-profissional) na realidade possuem 2 microfones montados em uma única peça, um voltado para a esquerda e outro para a direita, justamente para captar sons em estéreo. Com o uso de microfone externo conectado à câmera, o mesmo sinal é gravado nos dois canais, perdendo-se assim a característica estéreo do sinal. No entanto, é possível utilizar 2 microfones externos e gravar um sinal estéreo na câmera. Um divisor de plugs (divisor "Y", letra que lembra a sua forma) deve ser utilizado para este fim. Esta é a solução mais simples, porém um pequeno mixer também pode ser utilizado. No caso da solução Y, o que este adaptador faz é separar os 2 sinais esquerdo / direito existentes no plug que conecta-se à câmera de modo que cada sinal seja enviado a um plug separado, mantendo-se o terra comum a todos eles. A seguir, em cada terminal do Y é conectado um microfone separado. Os microfones devem ser do mesmo tipo e modelo.

Uma das formas de posicionamento dos microfones é colocá-los juntos, afixados em uma mesma haste, porém formando um X, ou seja, um dos microfones aponta para o lado equerdo e o outro para o direito. Neste caso, é imprescindível que esses microfones sejam do tipo cardióicos, para isolar os sons provenientes do outro lado e causar o efeito estéreo. Esta forma de montar-se os microfones chama-se "X-Y". É possível outra forma de montagem, onde os microfones não precisam ser cardióicos porém são colocados bem distantes um do outro. Um exemplo é seu uso para captação de som em um palco. Na primeira montagem, os dois microfones são colocados no centro do palco, bem à frente, próximo do limite entre palco e platéia. No segundo, mantém-se a mesma posição em relação a palco-platéia, porém os microfones são colocados separados, um à esquerda e outro à direita.

Finalmente, o uso do mixer no lugar do cabo Y : o mixer possui conexões para entrada dos microfones (ajustar os níveis na mesma intensidade) e para saída de sinal (do tipo mike level) para a câmera. Notar que este sinal de saída deve ser do tipo estéreo; muitas vezes isso não ocorre. Neste caso, o cabo Y tem que ser utilizado.

microfone externo, conectando (estéreo / mono)
o som gravado normalmente pela câmera na fita é do tipo estéreo, ou seja, possui dois canais, esquerdo e direito. O microfone existente na câmera também é deste tipo: na realidade são dois microfones (duas cápsulas sensíveis ao som), um voltado para o lado esquerdo, outro voltado para o lado direito. Por este motivo, o encaixe para microfone externo existente na câmera é do tipo estéreo, permitindo a ligação de dois microfones externos distintos ou de um microfone externo estéreo. No primeiro caso, os cabos mono do microfone A e os cabos mono do microfone B devem ser reunidos em um único conector estéreo (conexão em "Y"), a ser encaixado na câmera. No segundo caso, o próprio cabo que sai do microfone estéreo já possui em sua extremidade um conector estéreo. Em outras palavras, não existe microfone estéreo propriamente dito: o microfone chamado estéreo é na verdade 2 microfones mono reunidos em uma única peça.

No caso de ser usada a conexão estéreo para ligar dois microfones distintos à câmera, um deles por exemplo pode ser um microfone de lapela conectado ao canal direito e o outro um microfone do tipo shotgun conectado ao canal esquerdo, para captar o som ambiente. A ligação mais comum no entanto é a de um microfone externo do tipo mono. Neste caso, o plug também é deste tipo (mono) e, ao ser conectado no encaixe estéreo para microfone externo da câmera, fará com que tanto o sinal esquerdo como o sinal direito sejam idênticos, por não existir a separação física (através de um pequeno anel plástico) adicional no pino central do conector. Outra forma de usar a conexão como mono é ligar vários microfones em um mixer (geralmente portátil, se for uma gravação fora do estúdio) e a saída mono desse mixer à câmera.

microfone gravando de fones de ouvido
em determinadas situações é possível gravar na câmera o áudio que sai de fones de ouvido utilizando um microfone de lapela. Uma dessas situações é em gravações aéreas (helicópteros por exemplo), onde a bordo existem fones através dos quais pode-se ouvir a voz do piloto. Estando em uma dessas situações, ao invés de gravar o ruído do aparelho enquanto o piloto faz alguma descrição do que está abaixo e a câmera grava as imagens, com o microfone de lapela conectado à câmera e colocado na parte interna do fone de ouvido, pode-se ouvir a narração e registrá-la na câmera simultaneamente.

microfone sem fio e ajuste
do volume em vários tipos de microfones deste tipo é comum a existência de um potenciômetro ("botão de volume") no transmissor conectado ao microfone ou no próprio corpo do microfone. Este botão controla o nível de modulação do sinal gerado pelo microfone, de acordo com o esperado pelo receptor. Seu nível não deve nem ser colocado muito baixo (para evitar a geração de ruídos no sinal causados pela amplificação excessiva por parte do receptor) nem muito alto (para evitar distorção no sinal gerado pelo sistema). Deve, na verdade, ser ajustado de acordo com a potência da fonte sonora (pessoas que falam mais baixo ou mais alto). O mesmo cuidado deve ser tomado no lado de recepção do sinal.

microfone sem fio e bateria
a parte que contém o transmissor consome bateria muito mais rapidamente do que a parte que contém o receptor; sempre é bom verificar antes de sair para efetuar alguma gravação o estado das baterias e a disponibilidade de baterias de reserva.

microfone sem fio e dis
tância do transmissor ao receptor quanto maior for esta distância, maiores serão as chances de ocorrer interferências e chiados no sinal. Assim, havendo opção, a dica é fazer o possível para colocá-los o mais próximo um do outro.

microfone sem fio e in
terferências no sinal ao ocorrer este tipo de problema, uma solução pode ser mudar o posicionamento do transmissor e/ou receptor um em relação ao outro.

microfone sem fio e or
ientação da antena em algumas situações de uso de microfones sem fio, especialmente os do tipo VHF (ao contrário do que ocorre com os do tipo UHF utilizados no segmento profissional), pode haver dificuldade na recepção do sinal do transmissor por parte da antena do receptor conectado à câmera. O receptor pode possuir uma ou duas antenas: neste último caso, muitos sistemas mais simples utilizam a mesma frequência tanto em uma antena como em outra (modelos sofisticados utilizam duas frequências e alternam automaticamente para a frequência de melhor recepção, técnica conhecida como true diversity). A dica, para tentar melhorar a recepção nestes sistemas simples é mudar o posicionamento da antena (ou antenas). As ondas de rádio possuem comprimento de onda muito pequeno, assim, pequenas movimentações das antenas são muitas vezes eficazes na correção de falhas na recepção. Colocar a antena posicionada horizontalmente, ou a 45 graus por exemplo ou movimentá-la lentamente até que a recepção melhore são outras dicas. De preferência, nestas situações, o melhor, quando possível, é que a nova posição não seja alterada, situação favorecida com o uso de um tripé para a câmera (no caso do receptor estar conectado fisicamente à mesma).

microfone sem fio e per
das momentâneas de sinal um fenômeno chamado multipath interference pode fazer com que aconteçam falhas no som captado pelo microfone, acarretando segundos ou frações de segundo de silêncio ou ruído de estática, principalmente nos sistemas mais baratos, que funcionam em VHF (e não em UHF, como nos sistemas profissionais).

O que ocorre é que o sinal emitido pelo pequeno transmissor preso ao corpo da pessoa que usa o microfone irradia-se em todas as direções. Assim, uma parte desses sinais é captada pela antena do receptor ligado à câmera; mas, do restante que não atinge o receptor diretamente, alguns sinais são refletidos algumas vezes por paredes e tetos rígidos (concreto por exemplo) e objetos metálicos pelo caminho, acabando também por chegar até a antena do receptor. O problema é que o caminho (path) percorrido por esses sinais refletidos até chegarem à antena é maior do que o percorrido pelos sinais que chegam diretamente à ela. Como estes sinais são formados por ondas eletromagnéticas (ondas tem o formato curvo "sobe/desce"), pode ocorrer uma diferença de fase entre os mesmos, ou seja, a coincidência de chegarem até a antena ao mesmo tempo ondas que estão subindo em determinado momento com outras que estão descendo. Esta coincidência - que pode ocorrer dependendo da diferença de distância percorrida pelas ondas em determinado momento - chama-se phase cancelation, isto é, cancelamento de fase, fazendo com que uma anule a outra, causando a interrupção do sinal. Este cancelamento ocorre devido aos diversos caminhos percorridos pelas ondas a partir do transmissor (com algumas delas sendo refletidas), a chamada multipath interference.

Quanto maior a distância entre as antenas e/ou a quantidade de superfícies e objetos refletores, maior a chance de ocorrer o fenômeno. A dica então é diminuir a distância entre as antenas do transmissor e do receptor. Isso nem sempre significa, no entanto, aproximar a câmera da pessoa com o microfone. É o receptor que não precisa necessariamente ficar preso à câmera: o mesmo pode ser colocado bem mais próximo da pessoa que fala e ser conectado à câmera por um cabo. Com este sistema misto, muitas situações de interferências deste tipo podem ser evitadas. Por outro lado, se a câmera não puder (ou não for conveniente) ficar fixa em determinado local, a dica é aproximá-la realmente da pessoa que fala, para diminuir a multipath interference, se a mesma for constatada em determinado ambiente. Para tanto, é aconselhável um teste de verificação antes da ocorrência do evento a ser gravado, sempre que possível.

microfone shotgun e captação em auditórios
este tipo de microfone é excelente para captar o som provindo de uma apresentação em um auditório, na situação em que a câmera não pode estar tão próxima da atração (no palco) mas também está não muito distante dela (nas primeiras filas da platéia). Ao invés do microfone embutido existente na câmera, que capta todos os ruídos ao redor além do que está à frente, o microfone shotgun (que pode ser adaptado na maioria das câmeras que possuem entrada para microfone externo) rejeita os sons vindos dos lados, concentrando-se no som que provém de sua região frontal.

microfone shotgun e distância do assunto captado
embora este tipo de microfone seja próprio para gravações à distância, funciona muito bem também para gravações próximas do local da fonte sonora (ex. suspenso em um boom, em entrevistas externas ou em estúdio). Quando em situações externas, é interessante recobrí-lo com uma capa felpuda própria para este fim, para reduzir o ruído causado pelo atrito do vento com a superfície do microfone.

microfone x ruído causado pelo vento e placa bloqueadora
o atrito do vento com a tela protetora existente nos microfones causa uma turbulência no local que gera um ruído grave (predomínio de baixas frequências). Algumas soluções podem ser tentadas, como usar uma capa de espuma sobre a tela do microfone, usar o filtro wind existente em algumas câmeras (que por outro lado retira também parte dos sons graves que não são ruídos do vento) ou usar a capa felpuda (blimp) especial para esse fim. Funciona bloquear o vento colocando alguém ao lado da câmera. Mas uma solução ainda mais eficiente de bloqueio é usar um rebatedor (acessório para rebater a luz) ou uma placa rígida de qualquer material, desde que suficientemente grande (1,5m x 1,0m por exemplo), colocado lateralmente à pessoa que fala. Basta então fechar no zoom da câmera o enquadramento, para excluir a placa lateral.

microfone zoom
algumas câmeras possuem microfone deste tipo, geralmente em forma de tubo fixado na parte superior da mesma. A dica é: não confundir o nome "zoom" para o microfone com o zoom existente nas lentes da câmera. Enquanto que nas lentes o zoom realmente aproxima a imagem, no microfone o som distante que se quer capturar não é aproximado nem amplificado: a função zoom no microfone apenas diminui sua área de sensibilidade, tornando-o menos sensível aos sons provenientes dos lados. Assim, haverá predominância dos sons provenientes de sua parte frontal, porém no mesmo volume em que chegam à câmera com ou sem o zoom acionado. Para aumentar a intensidade do som captado, a única maneira é chegar mais perto da fonte sonora. A confusão dos conceitos é aumentada pela característica presente na maioria dos microfones deste tipo, quando o zoom no microfone é acionado juntamente quando se aciona o zoom também nas lentes.

microfones e interferência da fonte AC
em algumas situações específicas, pode ser muito difícil determinar a causa de algumas interferências sonoras no áudio que está sendo captado pela câmera. Do tipo constante, como um leve zumbido, a mudança de posição da câmera e equipamentos de gravação, assim como dos cabos e conexões não parece resolver o problema. Uma tentativa válida então é trocar a alimentação da câmera, da corrente elétrica (AC) para bateria. Em algumas poucas situações, a origem do ruído pode ser a própria fonte AC.

mixers e microfones ligados a um grupo de pessoas
quando um grupo de pessoas, cada qual com um microfone, é mixado, deixar todos os microfones abertos quando geralmente só uma pessoa ou outra fala é ruim. Isto porque cada microfone também capta os ruídos do ambiente: vários microfones abertos tornarão mais intenso o ruído ambiente (são somados) na saída final. Se houver um roteiro da entrevista, acompanhá-lo poderá facilitar o trabalho de abrir/fechar os microfones. No entanto, às vezes isso é impraticável. Neste caso, a dica é não deixar o volume de cada microfone no zero e sim em 50% quando não está sendo usado. Quando alguém começa a falar, o tempo até que o controle do microfone desta pessoa seja aumentado não ficará sem sinal algum: é melhor ter o início da frase mais baixo do que não ter registro nenhum. Haverá com este procedimento um pouco de aumento de ruído ambiente (devido aos 50% acima referidos), mas isto compensa a não perda das primeiras palavras das frases.

mixers e quantidade de canais
ao adquirir um mixer simples para uso em pequenas a dica aqui é: gravações, quatro canais são geralmente suficientes. Mas na hora da compra, a decisão não deve ser precipitada: deve levar em conta os possíveis usos futuros que podem surgir com o crescimento das atividades do trabalho em vídeo; talvez mais canais sejam necessários, como por exemplo pode ocorrer em trabalhos com grupos musicais. Existem versões com mais canais, 8 ou 16 por exemplo, e nem sempre a diferença de preço é significativa, podendo significar um investimento a longo prazo, evitando-se a necessidade de troca futura. Verifique o tipo de entrada e a quantidade disponível dos canais por tipo (mike / input level) no mixer e suas necessidades, assim como o tipo de conectores (XLR, RCA, 1/4 ou 1/8 pol. e os aparelhos disponíveis que serão ligados usualmente nos mesmos).

monitoração do áudio em eventos multi-câmera
em eventos deste tipo o áudio proveniente dos microfones é direcionado para um mixer de áudio e deste para um deck de gravação. Se o áudio já chega até a mesa de mixagem pronto para uso (captado a partir de uma saída da mesa de som do evento por exemplo), também da mesma forma é direcionado para o deck de gravação. Este deck é o mesmo que recebe também as imagens produzidas na saída do mixer de vídeo. Se um mixer de áudio está sendo utilizado, o mesmo possui sua própria saída para monitoração. No entanto, nunca essa saída deve ser utilizada nesse caso. A dica é utilizar a saída de áudio do deck de gravação. Ela é o último elemento da cadeia de som e, caso haja problema em algum desses elementos, sempre será possível, através deste procedimento, sua identificação.

monitorando o som gravado
o uso de um fone de ouvido conectado à câmera é fundamental para se ter certeza de que o som está sendo corretamente gravado quando se utilizam microfones externos. Com isto evita-se de perceber-se somente no momento da edição que nenhum som foi gravado porque havia um cabo com defeito por exemplo. Nem todas as câmeras no entanto (principalmente no segmento amador) possuem jacks para conexão de headphones e microfones externos. Neste caso, pode ser tentada a conexão de um adaptador nos plugs RCA de som existentes para edição na câmera, com um jack para conexão a fones de ouvido na outra ponta. Esta solução funciona em câmeras que emitem o som por meio destes conectores durante a gravação, para efeito de monitoração. Outra opção é conectar esta saída em plugs RCA da câmera a um mixer ou a um VCR, e a partir daí monitorar o som gravado.

monitorando o som gravado e tipo
de fone de ouvido em se tratando de monitoração do som gravado, o fato mais importante a ser verificado é se o som está chegando realmente até a câmera, principalmente quando fontes externas são utilizadas, como microfones e som proveniente de mixers por exemplo. Neste caso, problemas com as conexões por exemplo podem ser detectados através dos fones de ouvido. Como a intenção básica é essa, a fidelidade do fone de ouvido não é tão importante assim. A praticidade no transporte e o conforto no uso passam a ser mais importantes. Sendo assim, um simples fone do tipo walkman já é suficiente. Este tipo de fone tem a vantagem de permitir, ao mesmo tempo, a audição de sons externos, importantes como guia de ocorrências ao redor para operador da câmera. Os tipos com almofadas que cobrem todo o ouvido possuem maior qualidade sonora, no entanto isolam o operador da câmera do ambiente. Existem tipos almofadados, no entanto, que cobrem somente uma das orelhas. Por outro lado, se a qualidade sonora a ser gravada for muito crítica, fones de ouvido cobrindo as duas orelhas podem ser necessários.

monitorando o som mixado de vários microfones
na situação em que vários microfones são direcionados para um mixer e deste um cabo leva o som mixado até a entrada de som da câmera ou de um VCR, o correto é monitorar o som a partir da câmera / VCR e não da saída do mixer: pode haver algum problema na conexão mixer-câmera/VCR que nunca seria percebido.

músicas e direitos autorais
como regra, pode-se considerar que se o vídeo vai ser apresentado a amigos ou família (ou seja, uso pessoal, direcionado a um público restrito, não aberto) e se não haverá cobrança - valores financeiros envolvidos (ingressos ou venda de cópias do mesmo), não serão infringidos direitos autorais, e portanto o uso de músicas pré-gravadas (CDs, fitas, etc...) é livre.

Porém se este vídeo for ser exibido em uma estação de TV ou em um local aberto ao público em geral (ainda que seja um concurso, um festival por exemplo), se for ser colocado na Web ou for ser vendido, a questão dos direitos autorais deve ser levada em conta.

As alternativas neste caso são: comprar os direitos de exibição da música, utilizar músicas vendidas em CDs específicos para este fim (contendo trilhas sonoras diversas, com os devidos direitos já pagos - neste caso a licença pode variar, tendo uso indefinido ou por determinado tempo) ou compor a própria música.

narração: ajustando no computador
uma das facilidades oferecidas pelos softwares de edição de áudio é poder efetuar cortes em uma trilha sonora. Essa possibilidade é muito útil ao colocar-se imagens sobre uma narração previamente feita. Assim, trechos inteiros podem ser suprimidos e, mais do que isso, momentos onde o locutor faz pausas para respiração ou demora mais entre uma frase e outra. É possível assim ajustar com mais precisão o áudio da narração ao tempo exigido pelas imagens. No micro, o corte é facilitado pela visualização gráfica dos pulsos das ondas sonoras, permitindo com facilidade inclusive a troca da ordem dos segmentos dentro da narração.

narração: estúdios improvisados
o local onde é feita uma narração não pode conter superfícies ao redor que tenham grande facilidade em refletir o som. Geralmente superfícies lisas e rígidas tem essa característica. O som refletido também é captado pelo microfone, juntamente com o som proveniente da pessoa que fala: porém como o som refletido percorreu uma distância maior, existe uma pequena defasagem entre um e outro, o que causa o efeito chamado reverberação. Este efeito é diferente do eco: no eco o som vai e volta diversas vezes, cada vez mais atenuado, refletido entre 2 ou mais superfícies do ambiente, geralmente grandes salas vazias com paredes com alto poder de reflexão - as paredes de pedra (superfície lisa e rígida) de uma igreja por exemplo. A reverberação acontece mesmo em pequenos ambientes, como em um banheiro por exemplo. Ao contrário, superfícies moles refletem muito pouco o som - é por isso que as paredes dos estúdios de gravação são recobertas geralmente por isopor flocado por exemplo. Tecidos, carpetes e almofadas absorvem o som, tornando o ambiente mais propício para uma gravação de som. Uma dica para gravar som com excelente qualidade quando não se tem um estúdio é fazer a gravação dentro de um closet repleto de roupas: este é, dentro de uma residência comum, o melhor lugar para se fazer isso. Outra dica: gravar dentro de um carro, com o motor desligado e todos os vidros fechados. O ambiente acústico também é bom (não tanto quando o closet, mas próximo) e os resultados, desde que o veículo esteja em um local silencioso (longe de tráfego, etc...) serão satisfatórios.

narração: gravando diretamente no computador
como a maioria dos computadores vem com uma placa de som instalada, torna-se opção para quem não tem acesso a equipamentos profissionais de som, gravar o áudio diretamente através dessa placa, seja uma narração, canção ou execução de instrumento musical. Basta conectar à placa, que possui normalmente conectores do tipo mini-plug 1/8 pol. o cabo de um microfone. Mas esse tipo de gravação sofre de um problema: o ruído causado pelo próprio computador, notadamente através de suas ventoinhas. A dica para evitar o problema é isolar o computador do ambiente de gravação, o que pode ser resolvido através de salas ou quartos diferentes. Adquirir cabos longos de áudio, para conectar microfone e fones de ouvido em um ambiente, ficando o computador em outro. Fecham-se então as portas desses ambientes - os cabos devem passar pelo chão, no vão das portas. A regra das interferências eletromagnéticas também vale aqui: diversos cabos entram e saem do computador e são prováveis fontes de interferências no sinal muito fraco do microfone. Para minimizar ao máximo esse problema, evitar direcionar o cabo do microfone de forma paralela e próxima aos outros cabos. Sendo necessário ocorrer algum cruzamento de direção (geralmente sempre é necessário), cruzar os cabos em forma de cruz, a 90 graus e mantê-los a seguir o mais distante possível uns dos outros (o do microfone dos demais). Uma alternativa ao problema pode ser o uso de placas externas de áudio: como elas ficam fora do computador, podem ser colocadas longe do mesmo. A diferença é que desta placa parte um cabo USB em direção ao computador, trafegando um sinal digital, que não irá sofrer as consequências das interferências eletromagnéticas.

narração em transferência
de slides para vídeo ao transferir slides projetados em uma tela / parede para vídeo, com a câmera colocada ao lado do projetor, este é o melhor local para se posicionar a câmera, porém o pior para posicionar-se com o microfone. A dica então é um cabo comprido para o microfone ligado à câmera, que permita ao narrador manter distância suficiente do projetor. Motivo: evitar a captação do barulho da ventoinha do mesmo.

obstrução do microfone da câmera
deve-se estar atento na captação de imagens de vídeo quando o som é registrado através do microfone embutido da câmera. Nas câmeras de tamanho reduzido - e mesmo em algumas um pouco maiores - não é difícil acidentalmente obstruir com as mãos partes ou mesmo toda a grade perfurada pela qual o som é registrado. Se o som não estiver sendo monitorado com fones de ouvido, o problema só será percebido mais tarde, quando pouco poderá ser feito para corrigí-lo - o som pode ficar "abafado", com severa perda de agudos e médios. A situação pode ocorrer por exemplo quando, para obter algum ângulo inusitado, a câmera for segura com as mãos em uma posição não convencional.

posicionamento de caixas acústicas
na colocação de caixas acústicas em um auditório, deve-se sempre evitar a colocação das mesmas muito próximo das paredes. Se isto for feito, os sons baixos e médios serão bastante ressaltados em relação aos agudos, prejudicando estes. Com isto o efeito final será um som apagado. O ideal é colocar as caixas sempre a pelo menos 45cm das paredes. O mesmo se aplica para ouvir-se o som a partir de um equipamento de edição.

proporções ideais de uma sala em termos de acústica
embora na quase totalidade das vezes grava-se o som no ambiente em que for preciso, é útil saber, se alguma sala for ser construída com o intuito de servir para propósitos de gravações sonoras, que existem dimensões melhores e piores em termos de acústica. Após cálculos e testes complexos, engenheiros de som chegaram em valores empregados na construção de novas salas de espetáculos / reforma de antigas. É assim que, dado o valor "h" para o pé-direito de uma sala retangular, seu lado maior deve medir 1,54 x h e seu lado menor, 1,28 x h.

qualidade do som em câmeras Mini-DV
o formato de vídeo Mini-DV prevê dois tipos de trilhas sonoras: ou um par de trilhas estéreo de 16 bits de amostragem cada, ou dois pares de trilhas, também estéreo, de 12 bits de amostragem. A diferença entre elas é que o som das trilhas de 16 bits é de alta fidelidade (comparável à qualidade do som de um CD comum de áudio), enquanto que o som das trilhas de 12 bits é de baixa fidelidade. A única vantagem do uso dos 2 pares é que um deles pode ser usado para efetuar audio-dub diretamente na fita, onde o som do par em questão é substituído por exemplo por uma narração. No entanto, com o uso da edição-não-linear esta tarefa é realizada de maneira muito mais fácil na etapa de edição. Assim, se não for utilizada a função audio-dub diretamente na fita, a captação com 16 bits é a mais indicada, por proporcionar maior qualidade sonora. Deve ser observado que na maioria das câmeras digitais Mini-DV a opção pré-configurada de fábrica é a de 12 bits, não a de 16 bits, sendo assim necessária a alteração através do menu de opções da câmera.

registro do som x momento em que REC é acionado
assim que o botão REC é acionado, a câmera gasta alguns segundos para posicionar a fita, fazer com que o cilindro das cabeças atinja a rotação correta e outros procedimentos antes de efetivamente iniciar a gravação (exceto se estiver em PAUSE, quando este tempo é bem menor). A dica é prever a existência desse tempo: se uma música vai ser iniciada por um conjunto por exemplo, iniciar a gravação um pouco antes. Os segundos a mais, mesmo que cheguem a ser um minuto, compensam a frustração da perda dos primeiros acordes da música, que, ao contrário do primeiro caso (corte do excesso), não podem ser ajustados na fase de edição.

ruídos ao fundo
nosso cérebro acostuma-se naturalmente a não prestar atenção em determinados ruídos que fazem parte do nosso cotidiano, como o do motor de uma geladeira por exemplo. Ou então do ar condicionado, aviões passando, carros na rua, campainhas de telefone ao longe, etc... No entanto, todos esses ruídos são registrados pelos microfones, passando a fazer parte do trabalho final. Assim, a dica é treinar os ouvidos para escutar atentamente todos os ruídos existentes no ambiente e se necessário, desligar aparelhos ou mudar o local de gravação. Fechar os olhos facilita a concentração: o mundo se mostrará bem mais barulhento do que parece.

ruídos ao fundo, bloqueando
uma maneira prática de bloquear ruídos indesejados é usar o próprio corpo para bloquear o som. O barulho do motor de uma escavadeira por exemplo pode ser parcialmente bloqueado se a pessoa que fala para a câmera estiver usando um microfone de mão direcional e situar seu corpo entre a máquina e o microfone.

ruídos ao fundo, diblando a atenção do expectador
em muitas situações não é possível suprimir ruídos indesejados no ambiente externo de gravação, principalmente se o mesmo for externo. O barulho de uma oficina ao lado por exemplo, pássaros barulhentos, a água em uma cachoeira, trens ou metrô passando periódicamente, etc... Uma dica é mostrar, em algum momento durante a gravação - preferencialmente no seu início - a fonte de ruído. Por exemplo, começar uma entrevista enquadrando o trem passando por perto e levar a seguir este enquadramento até entrevistado e entrevistador. Mesmo que a fonte de ruído não seja mais mostrada, como o expectador viu a cena da fonte de ruído sendo mostrada, passa a interpretar o ruído como intencional, não como erro ou falha durante a gravação: o ruído deixará de ser para ele fonte de distração.

ruídos ao fundo, eliminando na pós-produção
alguns tipos bem definidos de ruídos de fundo podem ser atenuados ou até completamente eliminados com o auxílio de um equalizador. Se a edição que estiver sendo feita for linear, este é um aparelho colocado entre a origem e o destino do som, ou seja, entre a câmera / deck de reprodução e o deck de gravação. Se a edição for não linear, pode ser utilizada por exemplo a aplicação que reproduz o painel de um equalizador, fornecida junto com a placa de som do microcomputador. A idéia é: durante a reprodução do original, ir na sequência, uma após outra, diminuindo cada range de frequências e observar se o ruído indesejado desaparece.

Este método funciona melhor com ruídos bem definidos, em estreita faixa de frequências, como por exemplo o zumbido emitido por uma lâmpada fluorescente. E funciona menos com ruídos que possuem uma ampla faixa de frequências, como o do tráfego de veículos por exemplo.

ruídos causados por má conexão de cabos e plugs
é muito importante o constante monitoramento, durante as gravações, do som que está sendo gravado pela câmera. Muitas vezes, cabos mal conectados, ligeiramente soltos, produzem ruídos e pequenos estalos e chiados, que só podem ser percebidos desta maneira. Um cabo danificado (extendido no chão com a câmera à distância por exemplo) por um pisão acidental ou os pés de uma mesa pesada ou cadeira colocados ali, exatamente sobre o cabo são exemplos de situações desse tipo. Assim, não somente o caminho dos cabos deve ser checado de tempos em tempos, como uma verificação dos cabos e conexões deve ser efetuada após a montagem inicial.

som (artificial) de arma
de fogo disparando pode ser conseguido estourando-se próximo do microfone um saco de papel ou de plástico cheio de ar. Estudar o efeito de diferentes materiais e tamanhos pode ajudar a chegar a uma simulação bem convincente.

som (artificial) de chuva
caindo pode ser conseguido derrubando-se grãos de arroz ou semelhantes sobre uma placa fina de metal, próxima do microfone. Areia grossa também pode ser utilizada.

som (artificial) de trovão
pode ser conseguido agitando-se rapidamente uma folha grande e rígida de alumínio próximo ao microfone.

som (artificial) do crepitar
do fogo pode ser conseguido amassando-se vagarosamente um pedaço de papel celofane junto ao microfone.

som acrescentado no estúdio
na montagem de um documentário ou notícia, muitas vezes são mesclados na edição trechos gravados no local com trechos gravados em estúdio, no caso, somente a voz do entrevistador. A técnica, chamada voiceover, é usada para mostrar imagens enquanto o locutor faz a narração de determinado trecho. A montagem final no entanto poderá ficar desarmônica se no local for utilizado um microfone A e no estúdio um B, bem diferente de A. Além de serem diferentes, a acústica do estúdio é muito diversa (otimizada) em relação à do local de gravação. A dica é utilizar no estúdio o mesmo microfone usado na gravação externa, com o mesmo posicionamento e ajuste. Na locação, gravar alguns minutos de som ambiente, que deverá ser acrescentada posteriormente à gravação feita no estúdio.

som ambiente estéreo
em shows o som gerado para o público muitas vezes é estéreo. Ao gravar-se eventos assim com o microfone embutido da câmera, a dica é permanecer, quando possível, no centro do espaço sonoro, ou seja, é ruim gravar próximo das caixas da esquerda ou próximo das caixas da direita, o que fará com que um ou outro canal somente do som prevaleça na gravação. Geralmente nesses lugares o pessoal responsável pelo controle da mixagem de som fica na parte central e afastada do palco: é com base no que ouve dessa posição que o técnico de som efetua os ajustes e próximo deste também é o melhor local para se efetuar a gravação.

som comparado com imagem
entre estes dois ítens, à imagem é geralmente dada mais importância do que ao som. No entanto, o som é tão ou até em algumas situações mais importante do que a própria imagem. O som não é um simples complemento da imagem. É um elemento significativo dentro do conjunto. Assim, é um erro dedicar muita atenção à imagem e pouca ao som. Excelentes filmes e vídeos tem o som muito bem cuidado. Um vídeo com imagens perfeitas porém com som ruim é mais dificelmente aceito pela assistência do que outro com imagens não tão boas, mas com som excelente. A dica aqui é nunca descuidar da qualidade do som em favorecimento da imagem.

som distante gravado
em interiores e em exteriores supondo-se que esteja sendo feita uma gravação em um ambiente interior, onde a câmera esteja longe da fonte sonora (pessoas falando por exemplo) e o microfone utilizado seja o da própria câmera; se a gravação continuar em um ambiente externo com as mesmas características (microfone da câmera e mesma distância das pessoas), haverá uma súbita alteração na percepção sonora deste som. Para quem assiste as imagens, as pessoas no ambiente interno parecerão realmente longe, mas as mesmas pessoas no ambiente externo parecerão estar falando mais baixo. Isto ocorre porque no ambiente fechado o som é refletido pelas paredes, teto e outros objetos no local, enquanto que no ambiente externo quase não há reflexão. O som refletido ajuda a reforçar o som direto captado pelo microfone. No ambiente externo, sem este reforço, fica somente o som direto, ou seja, seu volume como um todo diminui. Para evitar esta diferença, a solução é o uso de um microfone próximo às pessoas ao invés do microfone da câmera: um microfone sem fio por exemplo. Com isso, a maior parte do som que é captado pelo microfone provém da boca das pessoas, devido à sua proximidade. Com o microfone longe, este som torna-se um mix do som direto com os refletidos, como visto.

sons indesejados produzidos pela câmera
enquanto nas melhores câmeras pode ser inaudível, no resultado final (fita gravada), o barulho dos micromotores internos que acionam o zoom e o foco automático quando se usa o microfone da própria câmera, em outras este pode ser um problema. Se este for o caso, há pouco a ser feito, além do uso de um microfone externo. Uma possibilidade, embora restringindo a operação da mesma, é não efetuar gravação com o zoom sendo acionado ao mesmo tempo, em locais de muito silêncio. Aliás, esta também é uma recomendação no melhor uso de linguagem de vídeo: evitar o uso excessivo do zoom, devendo este recurso ser acionado quase que somente para mudar o enquadramento do assunto. O uso do foco manual é outra dica. E outra, já em locais onde há muito vento, é estar atento à alça flexível de suporte da câmera e à tampa da objetiva, que podem, com a agitação do vento, acabar chocando-se contra o corpo da câmera.

sons muito fortes
sons muito intensos podem prejudicar o ouvido humano. Porém o mesmo não acontece com os microfones, de maneira geral nenhum microfone é danificado nesta situação. O que ocorre no entanto é que o som gravado ficará distorcido. Uma situação típica é a captação de som em shows e eventos onde o volume liberado pelas caixas acústicas seja muito alto. Embora em outras situações seja uma boa prática colocar o microfone próximo a uma caixa de som, neste caso não é, e a solução é utilizar o zoom das lentes e afastar-se até uma boa distância do local, para evitar-se a distorção. Outros tipos de sons intensos, mas de duração muito curta, também não afetarão o equipamento, como estampidos causados por explosões, tiros, rojões, etc...

sons produzidos pelo operador da câmera
ao operar a câmera, pessoas inexperientes tendem a lembrar-se da imagem captada (mostrada no visor) e esquecer-se do som (que deveria ser monitorado com fones de ouvido). Neste caso, não há problema se o som local não será utilizado (substituído por música na edição por exemplo). Caso contrário, comentários feitos pelo operador, tosses e até mesmo alguns casos de respiração mais ruidosa ficarão gravados na fita. A dica é operar o equipamento no mais completo silêncio possível, colocando-a em pause caso seja necessário falar com alguém por exemplo.

sons produzidos pelo operador na câmera
os microfones embutidos utilizados em câmeras, principalmente as menores, do segmento consumidor são muito sensíveis. Dependendo da qualidade do isolamento do mesmo em relação ao corpo da câmera (geralmente varia com a qualidade da câmera) é possível ouvir, em uma gravação em local silencioso, o acionamento dos botões da câmera e mesmo o manuseio da mesma com as mãos deslizando sobre sua superfície. O som causado por este atrito é captado pelo microfone do tipo condensador (muito sensível), geralmente o tipo utilizado nestas câmeras. Se isto ocorrer, a dica é manusear os botões o mínimo necessário. Câmeras com mau isolamento captam também o ruído do motor do zoom e do foco automático, funções que podem ser desabilitadas ou ter uso restrito.

substituindo sons na fase de pós-produção: volume adequado
no segmento profissional é muito comum a inserção dos diversos sons ambientes após a filmagem ou a gravação ter sido feita. Assim por exemplo o áudio de um telefone tocando é acrescentado nessa fase, ou de um avião decolando, um carro passando, uma porta desse carro sendo fechada, e assim por diante. Isso é feito, entre outros motivos, porque pode-se ter dessa maneira total controle sobre a trilha sonora, otimizando tonalidades e tornando mais claros e destacados esses ruídos. No entanto, não basta acrescentar esses trechos de áudio sem maiores preocupações. Uma preocupação básica no caso deve ser com o volume adequado a ser utilizado. Por exemplo para uma campainha que toca no interior de um apartamento, ou um telefone chamando, o simples fato de acrescentar esses sons na trilha a partir de trechos já existentes, pré-gravados (obtidos de bancos de sons, de trechos pré-gravados, da Internet, etc...) não significa que o resultado será 100% convincente. Torna-se necessário ajustar o volume desse áudio acrescentado. Isso deve ser feito não só para deixá-lo compatível com o restante do áudio como um todo, mas para dar a ele as características que deve ter na realidade. Assim por exemplo um som de telefone tocando muito alto, não é compatível com uma cena onde este aparelho apareça um tanto distante, em uma mesa ao fundo. Ou, em outro exemplo, um ruído de batida de porta de carro, em uma cena em close com a pessoa acabando de descer, não deve ser um ruído distante. Ou seja, é necessário ter esse cuidado extra de "ajuste fino" nos sons acrescentados na trilha.

telefone: imitando o som de conversa no aparelho
é possível imitar uma conversa ao telefone através da manipulação do áudio na estação de edição-não-linear. Para isso, a dica é, no programa de edição, aplicar sobre o trecho de áudio gravado que se deseja modificar, 2 filtros, chamados "high pass" e "low pass" (os nomes podem variar, mas a função é a mesma). Outra opção é utilizar esses filtros a partir de um programa específico para tratamento de áudio, como os equalizadores por exemplo. Em qualquer uma dessas opções, o primeiro passo é transformar o áudio estéreo em mono. A seguir, devem ser removidas todas as frequências abaixo de 300 Hz e todas acima de 3.000 Hz.

teste de microfones
existe um truque para efetuar em um mixer ou em uma câmera com controles independentes de áudio o ajuste mais preciso do som captado por um microfone. Isso porque quando alguém não profissional (um entrevistado por exemplo) é convidado a testar o som, geralmente sem perceber aumenta o tom da sua voz para o "1, 2, 3, testando... " . A dica aqui é estabelecer uma conversação com o entrevistado (pedir a ele que fale algo sobre suas atividades por exemplo) e durante essa conversa ir ajustando o nível do volume, pois é nesse tom que muito provavelmente ele falará durante a gravação.

tráfego de veículos e microfone a ser utilizado
é comum efetuar-se gravações em ruas e avenidas em que alguém dá uma entrevista para a câmera por exemplo. Neste caso, se o operador da câmera não está monitorando o som gravado através de fones de ouvido, pode ser facilmente iludido pensando que as vozes do entrevistador e entrevistado serão claramente ouvidas no resultado final, uma vez que da posição onde se encontra, ele, o operador, consegue ouvir dessa maneira. Isso acontece normalmente porque nosso cérebro é treinado para isolar sons que não desejamos ouvir e prestar mais atenção nos sons que queremos ouvir, no caso, o das pessoas gravadas falando.

Aqui existe ainda um outro erro, que é efetuar uma gravação onde o som seja parte importante sem monitorá-lo com fones de ouvido conectados à câmera. E em segundo lugar, deve-se lembrar que os microfones normalmente existentes nas câmeras do segmento consumidor e semi-profissional costumam ser do tipo omnidirecional, ou seja, captam o som proveniente de várias direções. Isso inclui o barulho dos motores dos carros passando, buzinas, pessoas caminhando e falando ao redor, motocicletas, etc... Então este é o pior tipo de microfone a ser utilizado nesta situação, restando duas escolhas: um microfone externo (com ou sem fio) junto ao entrevistador / entrevistado ou então um microfone direcional (do tipo shotgun) fixado à câmera ou mantido próximo à essas pessoas por um assistente. Esta última solução é uma das mais utilizadas por equipes profissionais, onde este tipo de microfone recebe geralmente ainda uma capa para protegê-lo do ruído causado pelo vento (semelhante a um grosso tapete em forma de ampola, denominado blimp) e é fixado em uma haste operada pelo assistente, sempre com o cuidado de mantê-lo próximo e direcionado à fonte sonora porém sem entrar no campo de visão da câmera.

trabalhando o som fora da edição
às vezes, estando já o vídeo pronto (ou quase), o som ainda necessita tratamento e o software de edição não fornece ferramentas mais apuradas para manipulá-lo. Uma opção é adquirir plug-ins específicos para tratamento de som e instalá-los no programa de edição, se disponíveis. Outra opção é exportar o áudio para um arquivo do tipo ".wav" por exemplo, e trabalhá-lo em programas especializados em tratamento de som. Quando estiver ok, o áudio pode ser novamente importado e trazido para o programa de edição. Alguns programas de tratamento de áudio aceitam inclusive o próprio formato ".avi", embora não disponibilizando a parte das imagens.

ultrapassando o ponto zero no medidor VU
este ponto, que situa-se no meio da escala de intensidade sonora, pode em gravações analógicas eventualmente ser rapidamente ultrapassado e retornar para valores menores, em determinados pontos da gravação com sons mais fortes. Isso é considerado procedimento normal, não trazendo maiores problemas para a gravação. No entanto, em gravações digitais, o cuidado deve ser outro, tendo-se em mente que esse trecho ultrapassado irá gerar uma distorção no áudio gravado. Gravações digitais são efetuadas com aparelhos como Mini-Discs, gravadores de memória sólida (cartão ou memória interna) e também fitas, como nas câmeras Mini-DV. Assim, é mais conveniente ajustar os níveis sonoros em câmeras que permitem o ajuste manual dos canais de áudio, em valores um pouco menores do que se faria em registros tradicionais analógicos.

zoom, som e ilusão de proximidade
a gravação utilizando o microfone da câmera pode levar a determinadas situações onde o operador da mesma, ao preocupar-se demasiadamente com a imagem, acaba sendo iludido e esquece do som que está sendo captado. Isso pode acontecer ao iniciar determinada gravação próximo à fonte sonora e, a seguir, entre um take e outro, deslocar-se para trás, distanciando-se um pouco da fonte sonora. Com o uso do zoom, o reenquadramento torna-se possível, inclusive possibilitando um maior afastamento entre um take e outro, em busca de uma melhor composição visual. No entanto, entre essas movimentações, deve-se lembrar que o microfone da câmera está sempre acompanhando-a, ou seja, gravando o que está situado próximo ao mesmo. Assim, em um restaurante por exemplo, em que alguém sendo gravado toca um piano, se a câmera estiver longe do mesmo, ainda que a imagem, com o uso do zoom, possa estar enquadrando o pianista em close, o som captado poderá ser a conversa entre as pessoas nas mesas ao lado da câmera. E este som, por estar mais próximo, pode-se sobrepor ao som da música tocada. A dica aqui é que este erro pode acontecer por distração e preocupação exagerada com a imagem em relação ao som. Assim, ao efetuar gravações com o microfone da câmera, ter sempre em mente que o som predominante será o das redondezas que circundam a mesma.